Ontem, tive a possibilidade de fazer algo incomum à minha rotina, mas que serviu de reflexão e apontamento interior.
Fomos à Comunidade de Vila Nova, em Duque de Caxias, mais conhecida como Favela do Lixão, distribuir 100 cestas básicas. Eu, meu marido, minha filha(Amanda sentiu-se mal), e preciosos amigos.
O sol amolecia o côco, derretia barro, só os corações permaneciam duros. Era o horário em que ele ficava no meio do céu: 12 horas. Lá permanecemos por duas horas ou mais, tempo suficiente para conversar, ouvir, compartilhar vivências com algumas famílias do local.
Meus pensamentos ferveram...
1 – Os meninos, chamados “olheiros”, observavam cada passo nosso. Os chefões do tráfico local já sabiam que estávamos ali, mas permitiram-nos continuar sem interferências (deve ter sido por causa do transporte que nos identificava).
2 – Na primeira casa, fomos convidados a entrar, nos ofereceram água e abrigo do sol. Uma senhora conversava com o marido, pedindo para que ele abandonasse o vício da bebida, não agüentava mais aquela vida. Participamos da discussão familiar como se fôssemos íntimos e a verdade é que, não queriam alimentos, até doaram um pouco, mas pelo olhar, sentiam necessidade de algo mais, queriam saciar a alma e estas clamavam por paz. A dele e a dela.
3 – Na segunda, a dona da casa era uma mulher que limpava o chão. Também nos convidou a entrar e revelou sua dor. Sustentava a casa com o salário curto, tinha filhos e netos, perdeu uma pessoa importante naquele ano. Era perceptível a alma machucada e no olhar faltava o brilho da esperança. Ali deixamos uma sacola com alimentos e uma palavra de ânimo.
4 – Uma menina adolescente nos acompanhava com seu bebê, chupando uma chupeta, em plena rua. Perguntei-lhe: "Vocês a dividem"? Ela respondeu, sorrindo: "Não, a chupeta é minha porque ele não gosta". (Era o seu consolo.) A amiga que estava com ela nos convidou, com satisfação, a irmos também deixar uma cesta em sua casa e conversar com sua avó (apenas pretexto para ficar um pouco mais conosco). Fomos bem recebidos, tagarelamos, compartilhamos experiências e ela dividiu conosco seu fardo: uma filha maluquinha e duas netas sem juízo.
Meus pensamentos ferveram...a mais de 50 graus...pensei no governo ausente, naquilo que precisa ser básico à população, na falta de oportunidades de trabalho para os jovens, na exclusão social e que o município de Duque de Caxias está entre os 10 municípios brasileiros que concentram 25% de toda a riqueza produzida no país, que vergonha!! Entendi, então, que o local era um importante curral de eleitores.
O sol amolecia o côco, derretia barro, só os corações permaneciam duros. Era o horário em que ele ficava no meio do céu: 12 horas. Lá permanecemos por duas horas ou mais, tempo suficiente para conversar, ouvir, compartilhar vivências com algumas famílias do local.
Meus pensamentos ferveram...
1 – Os meninos, chamados “olheiros”, observavam cada passo nosso. Os chefões do tráfico local já sabiam que estávamos ali, mas permitiram-nos continuar sem interferências (deve ter sido por causa do transporte que nos identificava).
2 – Na primeira casa, fomos convidados a entrar, nos ofereceram água e abrigo do sol. Uma senhora conversava com o marido, pedindo para que ele abandonasse o vício da bebida, não agüentava mais aquela vida. Participamos da discussão familiar como se fôssemos íntimos e a verdade é que, não queriam alimentos, até doaram um pouco, mas pelo olhar, sentiam necessidade de algo mais, queriam saciar a alma e estas clamavam por paz. A dele e a dela.
3 – Na segunda, a dona da casa era uma mulher que limpava o chão. Também nos convidou a entrar e revelou sua dor. Sustentava a casa com o salário curto, tinha filhos e netos, perdeu uma pessoa importante naquele ano. Era perceptível a alma machucada e no olhar faltava o brilho da esperança. Ali deixamos uma sacola com alimentos e uma palavra de ânimo.
4 – Uma menina adolescente nos acompanhava com seu bebê, chupando uma chupeta, em plena rua. Perguntei-lhe: "Vocês a dividem"? Ela respondeu, sorrindo: "Não, a chupeta é minha porque ele não gosta". (Era o seu consolo.) A amiga que estava com ela nos convidou, com satisfação, a irmos também deixar uma cesta em sua casa e conversar com sua avó (apenas pretexto para ficar um pouco mais conosco). Fomos bem recebidos, tagarelamos, compartilhamos experiências e ela dividiu conosco seu fardo: uma filha maluquinha e duas netas sem juízo.
Meus pensamentos ferveram...a mais de 50 graus...pensei no governo ausente, naquilo que precisa ser básico à população, na falta de oportunidades de trabalho para os jovens, na exclusão social e que o município de Duque de Caxias está entre os 10 municípios brasileiros que concentram 25% de toda a riqueza produzida no país, que vergonha!! Entendi, então, que o local era um importante curral de eleitores.
Poucos com muito, muitos sem nada. Matemática infernal e injusta.
No entanto, tivemos bom senso em não discutir política, salários de deputados, mas lhes lembramos a história daquele que parte do mundo comemorará o seu nascimento dia 25 agora.
No entanto, tivemos bom senso em não discutir política, salários de deputados, mas lhes lembramos a história daquele que parte do mundo comemorará o seu nascimento dia 25 agora.
Filho de pais pobres, nasceu num curral (quem sabe por nome Lixão também), local não muito próprio a bebês, conheceu de perto toda miséria humana, enfrentou adversidades, mas nunca deixou de compartilhar a si mesmo.
Sua única idéia fixa ecoa até hoje, dar-nos chances para trilhar o caminho de excelência. Pobres e ricos, porque pobreza da alma independe do local em que vivemos. Basta querermos. Ele nos ensinou os passos, abrindo uma possibilidade de vida abundante.
Nenhum pensamento importava mais, porque de lá saímos abençoados. Ali compartilhamos Jesus e eles entenderam a mensagem.
Um beijo em todos, já começando a desejar um Feliz Natal, mas ainda falo sobre o assunto durante a semana.
Nenhum pensamento importava mais, porque de lá saímos abençoados. Ali compartilhamos Jesus e eles entenderam a mensagem.
Um beijo em todos, já começando a desejar um Feliz Natal, mas ainda falo sobre o assunto durante a semana.
Christiani Rodrigues
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