Depois de 1.300 anos sem ir a qualquer casamento, fui convidada para ser madrinha de um. O fato é histórico porque me prometi que não aceitaria mais este tipo de convite, já havia cansado da história de ser madrinha em casamentos, mas a gente sempre dá um jeito de quebrar estas promessas fúteis, não é mesmo?
E lá estava eu diante de um dilema, no corre-corre diário em que me encontro, fui uma das últimas ou a última a pensar que precisava escolher uma cor. E lógico que, devido minha demora, não sobrou quase nenhuma interessante para mi persona. Oh, céus!! Tinha rosa e marrom. Mas rosa me faria sentir como um bombom serenata de amor e marrom é a cor que mais detesto. Não fica bem em morenas porque as morenas são marrons.
Até que pensei bem e já fazia algum tempo que gostaria de sentir este corpicho dentro de um belíssimo vestido amarelo. Amarelo é a minha cor preferida. Combina com alegria, felicidade, jovialidade. E vá saber por quê? Freud deve explicar.
Só que primeiro tive o cuidado de saber se não era 'pagar mico' usar esta cor ou até mesmo ofuscar o brilho da noiva. E mediante consultas e mais consultas, para cerimônias à noite, certifiquei-me de que poderia usar sim, sem qualquer problema. Afinal, não existe esta proibição em nenhum manual de casamentos: - Madrinhas, nunca usem amarelo!
Um dos modelos que eu estava na cabeça era o espetacular vestido usado pela protagonista do filme "Como perder um homem em 10 dias", destacado na imagem, mas como será em pleno inverno, ao ar livre, à noite, o modelito me deixaria tremendo tal qual vara verde no altar, e aí a possibilidade de chamar atenção mais que a noiva seria enorme. Imagina um treme-treme dentro de um vestido amarelo. Meus filhos adolescentes arrumariam logo uma piadinha sem graça pra mim. Eles não deixam passar uma.
Até que na terça, acompanhada de amiga e filha, que me querem muito bem, (necessário dizer, isto é muito importante...vai que eu levasse alguém não muito corajosa para falar a verdade. E quem tem uma amiga chegada adicionada de uma filha adolescente, sabe que elas falariam a verdade...rs...), eu encontrei de cara meu vestido amarelo. Lindo, lindo, lindo, todo em cascata, em seda, com brilho discreto.
Mesmo me sentindo magnífica dentro dele, uma pulga atrás da orelha acompanhou-me e tive de perguntar à demonstradora se não faria feio como madrinha. Bom, ela me garantiu que uma das donas da loja havia sido madrinha na semana passada com um vestido amarelo de tafetá. (Vestido amarelo de tafetá!?) Meu Deus, nem eu teria coragem de usá-lo numa festa. O que eu escolhi é menos, digamos, fluorescente. Volto a dizer que com uma adolescente a tiracolo, certamente ouviria sem a menor compaixão:
- Mãe, você está mais pra canário da Marisa Monte.
E foi assim que resolvi meu problema. Acertei de primeira e pasmem: a loja inteira parou para me ver vestida com todo aquele amarelo. Difícil foi segurar a vontade de sair do shopping vestida daquele jeito...rs...
Beijos e quando eu estiver dentro dele, vou tirar umas fotos pra ficar guardadinho aqui de recordação.
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