8.2.06

Vamos Surfar?

Enfrentar as ondas gigantes da vida



Desde que me entendo por gente, sempre acreditei e tive fé. Mesmo quando tudo parecia contrário, a certeza íntima nas coisas que não se enxergavam, levava-me a crer e a não titubear, diante das dificuldades, e sim esperar porque a primavera iria chegar. E sempre acontecia. Talvez esta seja a vantagem de acreditar.

Só que, às vezes, todavia, entretanto, porém, esta firmeza toda nos abandona e nos deixa sem chão ou sem teto, ou ainda sem os dois. Chega o temor com seus irmãos e parentes de primeiro, segundo e terceiro grau, achando que a nossa mente é a casa da sogra. E fazem bagunça, emporcalham tudo e nos paralisam. Pobre sogra!

Quem são estes? Melhor não enumera-los porque os nomes são feios, metem medo, e não é a minha intenção. Gosto de falar coisas boas e que acrescentam. Sempre.

No entanto, hoje, quero contar como enfrentei, um dia desses, algo que me assolava em forma de sonho. Era eu sonhar que, no outro dia, ficava paralisada, prostrada e pensando no que iria acontecer e a perguntava vinha: por que daquele sonho repetido em meu inconsciente? Que era assim:

Eu me via numa praia, sempre acompanhada com meus filhos, ainda pequenos. Brincávamos ora a pular ondinhas ora a fazer castelos na areia. Ríamos e sorrríamos debaixo de um céu azul, mas, para estragar a felicidade, ela vinha a nos perseguir, uma onda enorme, tipo Tsunâmi. E, tomada pelo medo, agarrava as mãozinhas das crianças e corríamos, corríamos e corríamos. Era natural que sempre acordava, assustada e ofegante.

No outro dia, atormentada pela aparição da onda monstro, chegavam as perguntas uma à uma, em série na cabeça: O que significava aquilo? O que eu precisava fazer para enfrentar algo que ia além das minhas forças?

E assim foi, até que um dia, vi uma reportagem sobre surfistas (benditos jornalistas! rs...), parei meus afazeres (que são muitos) e prestei atenção à matéria. Ali, era mostrado como eles faziam para pegar as maiores ondas do planeta.

Aqueles belos rapazes disseram que não esperavam que a onda viessem ao encontro deles, de modo algum, mas eram eles que iam até ela, enquanto ainda estava pequena e se formava em alto mar. Daí vinham no topo, surfando.

E eu pensei: “Caramba, mas é simples demais! Quer dizer que eu tenho de ir ao encontro dela e vir em sua crista? Então assim será!” E ainda disse em voz alta: - Bandida, nunca mais você vai me perseguir porque agora eu vou ao seu início e venho por cima de você. (Não é que ela se intimidou.) E sabem o que mais aconteceu? Nunca mais sonhei com a maldita que me tirava a paz.

Hoje, acredito que, há medos, temores, incertezas, dificuldades, mas é a nossa atitude diante destes nomes feios (que são só palavras) que nos torna vencedores.

Bom, aqui termino minha história e digo: vamos surfar? A gente consegue, acredite!

“Se realmente entendemos um problema, a resposta virá dele, porque a resposta não está separada do problema”. Krishnamurti

Um beijo a todos. ;-P

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