6.11.05

França por debaixo do tapete

A revolta dos últimos dias expõe uma França pouco conhecida. Os frustrados com a pobreza e o desemprego revelam a discriminação de uma população crescente que reside nos subúrbios daquela que é considerada a capital mundial da igualdade e fraternidade.

Trechos da entrevista de Karim Amellal* dada ao jornal O Globo, em 06 de novembro de 2005:

Há duas franças que moram no mesmo país. E o oceano entre elas aumenta. Sempre houve uma minoria de provocadores que cada vez mais os jovens seguem o modelo bad boy. Assistimos a um efeito de contágio. Ë normal que uma dessas Franças reaja. Quando um jovem imigrante chega aos 15 anos e vê que não tem saída, que não conseguirá trabalho, se refugia no islã, na religião, ou parte para um recurso violento. Dizem eles: que vocês todos se danem!!

A França optou por fechar os olhos, dizendo que todos são iguais e que o cidadão têm direitos iguais. Não é o caso.


* Professor de filosofia e literatura que publicou o livro Me Discrimine em que descreve a hipocrisia francesa e ex-morador da periferia de Paris, onde conta o que viu de errado nos subúrbios pobres.

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