Água vale mais que petróleo(*)
Em entrevista ao Valor Econômico, Michel Camdessus, conselheiro da ONU e ex-diretor-gerente do FMI, diz que os recursos hídricos - cada vez mais escassos - só chegarão a todos com a participação da iniciativa privada.
Valor - A água vai se tornar um problema tão sério, quanto o petróleo é hoje?
Camdessus - Entendo que as pessoas façam essa comparação entre dois bens essenciais, dado o problema em potencial da escassez. Mas existem duas grandes diferenças. A primeira delas é que, embora o petróleo seja muito importante, a água é muito mais importante. Água é vida.
Sendo assim, devemos priorizar a água em detrimento do petróleo. Em segundo lugar, em termos de escassez, sim: os recursos petrolíferos irão se esgotar. Já sabemos que em 20 ou 30 anos o petróleo terá que ser substituído. O problema da água é diferente; a água não vai acabar.
Neste caso, o problema não é a escassez, o problema é conseguir boa administração e financiamento adequado; se isso for garantido, sempre haverá água. Tecnologias adequadas para dessalinização serão descobertas, muito progresso será feito em termos de tecnologias de saneamento, mas sempre há o problema do financiamento, porque sempre teremos água, é claro, então, se implementarmos métodos adequados para recuperação sustentável de custos e se os governos administrarem a água de maneira responsável, ela não vai se esgotar. Essa é a principal diferença com relação ao petróleo.
Leia, a seguir, o texto e os principais pontos da entrevista concedida ao Valor, pelo telefone, de Paris. Texto na íntegra
O 4º Fórum Mundial da Água, termina hoje, no México, e a polêmica em torno do nome Camdessus pode se intensificar. E como sempre ocorre em encontros que reúnem ONGs, autoridades de mais de cem países e instituições internacionais como FMI, ONU e Banco Mundial, o divisor de águas é ideológico: de um lado estão os defensores do direito universal à água e, de outro, aqueles que apostam na água como uma commodity.
(*)Entrevista a Robinson Borges, Valor, SP
Hoje é o Dia Internacional da água. Vale a pena a leitura, é futuro do planeta em questão. Bjs ;-P
O 4º Fórum Mundial da Água, termina hoje, no México, e a polêmica em torno do nome Camdessus pode se intensificar. E como sempre ocorre em encontros que reúnem ONGs, autoridades de mais de cem países e instituições internacionais como FMI, ONU e Banco Mundial, o divisor de águas é ideológico: de um lado estão os defensores do direito universal à água e, de outro, aqueles que apostam na água como uma commodity.
(*)Entrevista a Robinson Borges, Valor, SP
Hoje é o Dia Internacional da água. Vale a pena a leitura, é futuro do planeta em questão. Bjs ;-P
Nenhum comentário:
Postar um comentário