5.1.06

Fernando Meirelles: coração e pé quentes

Jardineiro Fiel

Sequência do filme O Jardineiro Fiel


"É a primeira vez que um cineasta faz um dos meus livros um grande filme”, conversa o autor do livro que deu origem ao filme “O Jardineiro Fiel” dirigido por Fernando Meirelles.

Em entrevista concedida ao jornal Le Monde, na segunda-feira passada, Le Carré se regozija por haver renunciado à idéia de uma super-produção estimada em US$ 70 milhões e optado por um projeto com “modesto orçamento”, pelo qual os atores Ralph Fiennes e Rachel Weisz se contentaram em receber ínfimos cachês.

O fator essencial para ter escolhido Meirelles foi a confiança inspirada pelo diretor brasileiro porque ele gostou muito de “Cidade de Deus”. Indagado sobre o que achou do filme, o autor disse:

- Sem querer ser indelicado em relação às precedentes adaptações de meus livros, é, sem dúvida, a primeira vez que um diretor faz um grande filme inspirado em meus livros. Foi para mim uma experiência completamente diferente. Fernando acrescentou, com êxito, cenas que não existiam no livro e que eu não as teria colocado no texto. Ele as colocou de coração quente e a coisa funcionou.


O jornal Le Monde também consagrou o filme, destacando particularmente, duas virtudes do diretor: A primeira, foi “a sua sabedoria em não sucumbir à tentação de transformar o rato em um leão”. Ou seja, “converter o humilde diplomata (Justin Quayle encarnado por Ralph Fiennes) em um James Bond”.

A segunda foi a de, a exemplo de suas filmagens nas favelas cariocas para “Cidade de Deus”, haver realizado Jardineiro Fiel “no frege tumultuoso de uma metrópole africana como Nairóbi”, no qual ele se sentiu à vontade”. Ao contrário da maior parte dos filmes ocidentais que se passam na áfrica subssaariana, o de Meireles foi rodado no cenário verdadeiro descrito pelo romance, e isso restitui o espírito do lugar que anima o espírito, as emoções atordoantes do jardineiro”.

Fonte: Jornal do Commercio

Um dos meus filmes favoritos no ano de 2005. Sensível, delicado, humano, identificável e encantador. Vida longa a Fernando Meirelles!!”

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